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Ascensão de Trump e Bolsonaro nas américas


Há exatos três anos, no auge do meu ensino médio, falava com algumas pessoas sobre política e dizia com um tom de torcida, porém realista: Donald Trump e Jair Bolsonaro tornar-se-ão presidentes de seus respectivos países


Alguns debocharam da minha cara, mas nunca me importei de verdade com isso. Estava muito seguro de mim que minha previsão estava correta, e o inimaginável para certas pessoas seria fato consumado.


Pois bem, o tempo me deu razão. O presidente americano e seu par brasileiro participaram de um encontro histórico e marcante. Brasil e EUA não tinham relações estreitas desde o governo Jânio Quadros, presidente comprometido com uma política externa subserviente aos interesses da então União Soviética.


Qualquer dúvida desse fato é só ler 1964 – o elo perdido. bém marca um encontro de líderes direitistas que são personagens importantes da onda conservadora pós-Brexit, fato amedrontador para o establishment e o deep state em ambos os países.


O que vem chamando minha atenção é o desconforto de certos setores direitistas com a aproximação brasileira com os EUA. ‘’Não podemos entregar o Brasil para os americanos’’, dizem.


Mais um capítulo do antiamericanismo idiota e burro reinante em quase todas as correntes políticas no país, vindo dos anos dourados para a esquerda, quando a mesma impôs ao país suas ideias e visões de mundo sem resistência nenhuma.


Brasil e EUA têm muito mais em comum do que esses tolinhos imaginam. São países fortemente cristãos, nasceram com ótimas constituições, com um Estado de direito e práticas liberais políticas que garantiram prosperidade e desenvolvimento.


Mas enquanto os americanos seguiram seu caminho próspero e tornaram-se a maior potência econômica e militar do mundo, o Brasil perdeu suas raízes e virou justamente o que nosso pai fundador e nossos imperadores tentaram evitar a todo custo: uma republiqueta caudilhista. Decaímos bastante – a presidência de Dilma Rousseff é a melhor prova de que chegamos no fundo do poço.


Desde então procuramos culpados para nossas desgraças. Em um misto de inveja e burrice, os EUA aparecem como perfeitos culpados. Claro, o imperialismo ianque destrói nossa soberania nacional e coloca nosso país de joelhos frente ao império americano que domina o mundo. E esse Jair Bolsonaro é um completo irresponsável e está a entregar o nosso país de bandeja para os malditos imperialistas. Acharam tal descrição jocosa demais? Pois saibam que a esquerda brasileira, parte da direita e o establishment cultural e midiático pensam assim.


Pior: buscam manter tal narrativa na esperança de algum ganho político como prêmio. O antiamericanismo dopou muita gente na política. A adoção do livre mercado como modelo econômico pelo governo Bolsonaro casa muitíssimo bem com relações comerciais mais próximas com os EUA.


Acham isso ruim? China, Coréia do Sul, Singapura e Chile ganharam tanto com relações estreitas com os americanos que dois países já deixaram o Terceiro Mundo, o outro virou uma potência econômica e militar e o último só não está melhor por ter sido governado por uma socialista.


Uma Europa devastada por duas guerras foi reconstruída com ajuda e dinheiro americanos. O Japão, igualmente devastado, foi reconstruído também e por muito tempo foi a segunda maior economia do mundo. Parte da Europa Oriental conseguiu livrar-se do comunismo soviético e experimentar a prosperidade capitalista graças a determinação do presidente americano Ronald Reagan em dar um fim a URSS.


Quem leu o comunicado conjunto dos dois presidentes viu que a carne bovina brasileira em breve voltará a ser comprada como antes pelos americanos – ou até em maior quantidade. 45% de nossas exportações no setor eram compradas por países árabes, que não gostaram da aproximação com os EUA e Israel.


O último, aliás, estuda importar nossa carne e com isso o Brasil pode ganhar entre US$ 200 e US$ 300 milhões. Não vamos sair ganhando com relações mais estreitas com os EUA e seus aliados mais próximos?


E outra: tem-se na Casa Branca um presidente anti-globalista, que não cede as pressões dos neocons globalistas. O único de tal espécie é o conselheiro de segurança nacional, John Bolton – o mesmo não goza de muita autonomia no governo americano. O que incomoda então setores ‘’nacionalistas’’ que estão cuspindo abelha africana com a virada na política externa brasileira feita pelo presidente Bolsonaro?


O antiamericanismo é burro. Simples assim. Enquanto acreditarmos que os EUA são movidos por más intenções de dominação global não seremos uma nação próspera. Defesa da soberania nacional não pode e não deve ser pretexto para dispensarmos alianças prósperas e benéficas.


Que o encontro entre Donald Trump e Jair Bolsonaro simbolize um novo capítulo nas relações entre Brasil e EUA. Nós brasileiros precisamos virar gente grande e rejeitar narrativas advindas de ideólogos medíocres e palpiteiros idiotas. Nosso presidente marcou um gol de placa na sua visita aos EUA e continuará a provar que é um baita presidente.



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