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Bolsonaro desautoriza vice presidente Mourão sobre Ucrânia: “Não lhe compete”

Presidente afirma ser o único com competência para falar sobre questões internacionais

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Carlos França (Relações Exteriores) em live nesta 5ª feira (24.fev); chefe do Executivo afirmou que terá outra reunião para “dimensionar” situação do conflito entre Rússia e Ucrânia


O presidente Jair Bolsonaro criticou e desautorizou nesta 5ª feira (24.fev.2022) o vice presidente Hamilton Mourão por causa de sua fala sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia.


O chefe do Executivo mencionou artigo da Constituição Federal e afirmou ser o único com a “competência” para falar de questões internacionais.


Mais cedo nesta 5ª feira, o vice presidente negou que o Brasil esteja “neutro” em relação ao conflito.


Ele declarou que o país não concorda com a invasão do território ucraniano pelas tropas russas.


“Deixar bem claro, o artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente e o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro.


E ponto final.


Então com todo respeito a essa pessoa que falou isso, eu vi as imagens, falou mesmo, e está falando algo que não deve. Não é de competência dela, é de competência nossa”, disse Bolsonaro durante live semanal nas redes sociais.


Na transmissão ao vivo, o presidente estava acompanhado do ministro Carlos França (Relações Exteriores).


Bolsonaro afirmou que antes de falar sobre o “problema Rússia-Ucrânia” consulta o chanceler e o ministro Braga Netto (Defesa).


O chefe do Executivo encerrou a live dizendo que teria mais uma reunião sobre o assunto com os ministros para “dimensionar o que está acontecendo”.


“Quem fala dessas questões chama-se Jair Messias Bolsonaro e quem tem dúvida disso basta procurar na nossa Constituição o artigo 84.


Mais ninguém fala. Quem está falando está dando peruada naquilo que não lhe compete”, declarou.


Bolsonaro não falou sobre o ataque da Rússia contra a Ucrânia.


Ele repetiu que o Brasil defende a paz e voltou a elogiar a conversa que teve com presidente russo, Vladimir Putin, em 16 de fevereiro.


“A decisão é minha, mas quero ouvir pessoas que realmente são ministros para tratar desses assuntos.


Nós somos da paz, nós queremos a paz.


Viajamos em paz para a Rússia.


Fizemos um contato excepcional com o presidente Putin”, disse.


Em sua viagem à Rússia, Bolsonaro foi orientado a não introduzir o assunto sobre a situação na fronteira com a Ucrânia em sua reunião com Putin.


Mas, ainda durante a visita oficial, Bolsonaro afirmou que, “por coincidência ou não”, a Rússia anunciou que iria retirar tropas da fronteira com a Ucrânia.


O presidente ainda não falou diretamente sobre o conflito desde a invasão russa na madruga deste 5ª feira.


Nas redes sociais, afirmou que está “empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”.


BRASILEIROS NA UCRÂNIA


Carlos França declarou na live que cerca de 500 brasileiros vivem na Ucrânia.


Ele disse que a embaixada em Kiev está “aberta” e fez um apelo para que os brasileiros entrem em contato com a embaixada. França disse ainda que a tradição diplomática brasileira é de incentivar e facilitar o diálogo.


“Estamos elaborando plano de contingência para retirada desses brasileiros”, disse. O ministro disse, no entanto, que a retirada dos brasileiros só ocorrerá quando houver “condições de segurança” para tal.


O Itamaraty já havia informado nesta 5ª feira que não haverá, por enquanto, operação de retirada de brasileiros e cidadãos sul americanos da Ucrânia.


A situação “fluída” no país não garante segurança para essa missão, segundo o embaixador Leonardo Gorgulho, secretário de Comunicação e Cultura.


 

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