Filiação de Bolsonaro ao PL e criação do União Brasil são principais fatores de migração partidária
Sem o apoio das maiores bancadas do Congresso é impossível para o eleito a governabilidade
Uma grande parte das propostas do governo precisa ter aprovação do Congresso. Nas votações desses projetos, a posição dos partidos com as maiores bancadas é determinante.
Não é à toa que o líder nas pesquisas para 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), tratam como prioridade eleger grandes bancadas aliadas no Congresso. Estão de olho na governabilidade.
Além disso, os próprios congressistas apresentam seus próprios projetos. Para conseguir aprová-los, precisam negociar o apoio das legendas que têm mais deputados e senadores. Sem elas, as chances de um projeto avançar no Congresso diminuem muito.
Em 2018, nas últimas eleições gerais, o PT foi o partido que elegeu mais deputados, com 54. Em 2º, o PSL, com 51 deputados.
Desde a eleição, eles inverteram de lugar: o PT perdeu 1 deputado, caindo para 53. O PSL ganhou 4 e hoje tem 55. O 3º partido com mais deputados eleitos em 2018 foi o Progressistas, com 38. Ele ganhou mais 4, indo para 42.
Mas foi ultrapassado pelo PL –o novo partido do presidente Jair Bolsonaro– que conquistou nada menos que 10 deputados desde a eleição, e hoje tem 43. É aí que o cenário ainda está indefinido.
Primeiro, porque a chegada de Bolsonaro ao PL deve atrair mais de 20 deputados do PSL para o partido. O PSL foi a sigla pela qual o presidente foi eleito em 2018. Agora, a sigla irá se fundir ao DEM, para criação do União Brasil.
Hoje, o DEM tem 27 deputados. Ainda falta a homologação do Tribunal Superior Eleitoral para a criação do partido. Com a fusão, PSL e DEM passarão a ter uma única bancada no Congresso.
A migração de deputados aliados a Bolsonaro para o PL e a fusão do PSL com o DEM são os dois grandes movimentos que mais devem mudar a cara das bancadas do Congresso no ano que vem.
E o principal período para essas e outras movimentações acontecerem é a janela partidária, que vai de 3 de março a 1º de abril de 2022. Durante a janela, deputados podem mudar de partido sem risco de perder o mandato.
No Senado, a maior bancada na Casa é o MDB, que começou a legislatura com 13 integrantes e entrará em 2022 com 16. Logo depois vem o PSD, que tinha 10 senadores em 2018 e deve chegar ao ano que vem com 11 –entre eles, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
A 3ª maior bancada é a do Podemos, partido que lançou o ex-juiz e exministro Sergio Moro como précandidato a presidente da República. A filiação de Moro pode trazer novas filiações, tanto no Senado como na Câmara, mas nada está definido ainda. Em 4º lugar, estão empatados com sete senadores o Progressistas e o PT.
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