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Contra desabastecimento, governo envia combustível a cidade de Roraima


O governo federal está enviando combustível para a região de Pacaraima (RR), na divisa com a Venezuela, para tentar evitar um cenário de desabastecimento após o governo de Nicolás Maduro determinar o fechamento do lado venezuelano da fronteira.


Os municípios brasileiros próximos à Venezuela não comercializam combustível, pois a população costuma atravessar a fronteira para comprar gasolina a preços irrisórios. Porém, na noite de ontem (21), o tráfego de pessoas e veículos para o país vizinho foi interrompido.


O governo de Maduro decidiu fechar a fronteira para evitar a entrada de ajuda humanitária internacional no país depois que o líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino, solicitou que a comunidade internacional envie comida e medicamentos para a população a partir de sábado (23).


O Brasil vai disponibilizar mantimentos em Pacaraima e Boa Vista, mas não entrará em território venezuelano. O governo brasileiro é contrário a Maduro e espera que seus opositores atravessem a fronteira para buscar os itens.


Ação semelhante também acontecerá em Cúcuta, cidade colombiana que também faz fronteira com a Venezuela. Lá, a distribuição de ajuda humanitária será subsidiada por Washington, que faz oposição ao regime chavista.


O preço do litro da gasolina em Roraima é de cerca de R$ 4. Na Venezuela, ele equivale a centavos de real, mas costuma ser vendido por R$ 1,50 para brasileiros na cidade de Santa Helena de Uiarén, a cidade venezuelana mais próxima da fronteira.


Por causa disso, não há postos de combustível do lado brasileiro da fronteira: os moradores preferem atravessar para o lado venezuelano para aproveitar os preços menores.


O posto mais próximo do lado brasileiro fica a cerca de 160 km de distância. Uma autoridade do governo federal disse à reportagem que suprimentos de combustível já estão a caminho da região a fim de evitar o desabastecimento da população.


Tropas do Exército estacionadas na região possuem abastecimento próprio e não dependem do combustível disponibilizado no mercado. Não é a primeira vez que Pacaraima corre risco de desabastecimento de combustíveis.


Em fevereiro de 2018, protestos do lado venezuelano impediram a chegada de combustível em Santa Helena de Uiarén. A gasolina passou a ser vendida do lado brasileiro por preços dez vezes mais caros.


O governo brasileiro também diz que está acompanhando de perto a situação de Pacaraima para tentar evitar que o fechamento da fronteira afete a disponibilidade de outros itens no mercado, mas não deu mais detalhes de suas ações.


 


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