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Deputado do PSL afirma que tiraria transexuais de banheiro feminino “a tapa”


“Se um homem que se acha mulher entrar no banheiro em que estiver minha mãe ou minha irmã, tiro o homem de lá a tapa e depois chamo a polícia”.


Essas foram as palavras do deputado estadual Douglas Garcia (PSL), direcionadas à colega - e primeira transexual a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) - Erica Malunguinho (PSOL). As informações são do UOL.


A afirmação foi feita em sessão plenária na Alesp, logo após a deputada do PSOL argumentar contrariamente ao Projeto de Lei 346/2019, apresentado pelo deputado Altair Moraes (PRB), que “estabelece o sexo biológico como o único critério para definição do gênero de competidores em partidas esportivas oficiais no estado de São Paulo”.


A discussão foi trazida à tona novamente devido à atuação da atleta Tiffany Abreu, transexual que atua no time feminino da seleção brasileira de vôlei.


Ao ver a repercussão de suas declarações – que, inclusive, foram repreendidas pela deputada e colega de partido Janaina Paschoal –, Douglas pediu a palavra e se desculpou: “Eu gostaria de pedir desculpas caso as palavras que eu tenha proferido hoje tenham ofendido alguém”.


Erica, entretanto, foi firme em frisar que “desculpas não reparam mortes” e acusou o deputado de incitação ao ódio.


“Discursos como o que você proferiu nesse plenário matam vidas todos os dias. Você legitimou as práticas de violência que acontecem constantemente em relação à comunidade LGBT”, disse a parlamentar. “Desculpas não apagam o sentimento e a construção dos seus valores, que eu sei que estão nesse lugar”, continuou Erica, que foi eleita com 55.223 votos aos 37 anos, sob o discurso de ser uma militante ativista das “causas do povo preto, indígena, lgbtqia+ e periférico, que foram historicamente apagados das narrativas de cidadania”.


Douglas Garcia tem 25 anos e é morador da favela de Americanópolis, zona sul da capital. Ele está em seu primeiro mandato e é cofundador do movimento Direita São Paulo, que tem como ideais a “luta pelos valores conservadores: família, pátria, liberdade econômica e respeito às Forças Armadas”.


Nas redes sociais, Erica classificou o comportamento de Douglas como “uma manifestação de caráter transfóbico e discriminatório, a ser enquadrado, de acordo com o regimento interno, como quebra de decoro parlamentar, que pode resultar em perda do mandato”. A deputada afirmou que “não aceitará quaisquer declarações que incitem crimes de ódio e entrará com as medidas cabíveis contra a postura do parlamentar”.


O PSOL afirma que vai mover uma representação contra o parlamentar no Conselho de Ética e pede e cassação do mandato dele por quebra de decoro parlamentar.


A reportagem do UOL entrou em contato com Douglas Garcia, mas não teve retorno.




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