A pequena Yasmin Alves, de 8 anos, viu sua imagem percorrer o Brasil depois que Jair Bolsonaro divulgou um vídeo em que ela e seus colegas de escola são recebidos pelo presidente no Palácio do Planalto.
O que ela não esperava é que ser filmada fazendo um simples gesto negativo com a cabeça e cruzando os braços diante de Bolsonaro, faria com que a imprensa a acusasse de se negar a cumprimentar o presidente.
– Ele [Bolsonaro] perguntou quem era palmeirense e eu balancei a cabeça dizendo que não era – contou Yasmin, que é flamenguista, ao portal Metrópoles.
Com seu rosto nacionalmente conhecido por causa de um gesto mal interpretado, Yasmin revela que a repercussão da notícia trouxe problemas.
– Fico muito triste porque as pessoas estão falando mal de mim, que sou mal-educada. Não sou mal-educada – diz a estudante.
O transtorno gerado inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo e replicado por outros veículos é confirmado pelos pais da menina.
– Transferi meu título para cá e votei no Bolsonaro. Não imaginaria que pudesse chegar a esse ponto. Saio nas ruas e vejo as pessoas comentando sobre a minha filha.
É uma criança de oito anos convivendo com essa expectativa de não querer nem estudar porque todo mundo fala dela – conta o pai da menina, o pedreiro Valdir Alves, que admite ter votado em Bolsonaro.
A mãe de Yasmin, Cléia Ramone, de 26 anos, também demonstra preocupação com a filha.
– Ela está chorando, triste e transtornada, porque tem uns que são muito a favor [do presidente Bolsonaro], e tem gente que não gosta dele. Fico pensando no que podem fazer – desabafa.
O jornal o Estado de S. Paulo, veículo responsável por interpretar erroneamente o gesto da menina e publicar a notícia, retirou a matéria do ar e publicou uma nota reconhecendo o erro.
De acordo com o veículo, eles obtiveram o vídeo original legendado e puderam verificar que, de fato, Jair Bolsonaro havia questionado as crianças sobre se elas eram palmeirense.
Como rubro-negra, Yasmin prontamente negou a pergunta de Bolsonaro e cruzou os braços para reforçar que não era palmeirense.
O gesto foi interpretado como uma recusa a cumprimentar Jair Bolsonaro e ganhou repercussão nacional.
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