Polícia tenta localizar o motorista cruzando dados de localização e horário da corrida relatados pela vítima
A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) investiga uma denúncia de estupro contra uma mulher que acordou nua na manhã última segunda (11) com um objeto introduzido em sua vagina em um terreno baldio na cidade de Votorantim, a 108 quilômetros de São Paulo.
A vítima, uma advogada de 33 anos que mora no Sul do país, estava na cidade para visitar os pais.
De acordo com a delegada Adriana de Sousa Pinto, a vítima pediu um carro a partir do celular de desconhecidos -- ela afirma que estava sem celular. Depois de ter ingerido a água oferecida pelo motorista, diz a delegada, a vítima declara não se lembrar de mais nada - apenas que acordou, ainda durante a madrugada, e percebeu que estava nua, com a alça da sua bolsa enrolada no pescoço e uma garrafa de vidro introduzida em sua vagina, além de relatar muita dor.
Ela foi encontrada no terreno baldio por policiais militares por volta de 6h40 de segunda. A advogada foi encaminhada ao Hospital Regional de Sorocaba, onde fez exame de corpo e delito e testes psicológicos. Os resultados estarão disponíveis em alguns dias.
O boletim de ocorrência foi registrado como estupro. "Nesse momento eu estou preservando-a. É muito agressivo, é um caso de tortura. Mesmo não se lembrando, está tudo lá no inconsciente dela. Vou preservar essa moça para, depois, tomar o depoimento novamente a fim de esclarecer algumas dúvidas que estão pendentes", disse Adriana ao UOL.
A delegada informou que solicitou informações ao aplicativo Uber para identificar quem era o motorista do veículo que teria feito a corrida naquela noite, baseado no horário e local da ocorrência. "Nosso setor de investigações está analisando imagens do local onde ela pegou o carro e imediações, ou seja, por onde ela teria passado, para tentar identificar esse veiculo também", afirmou Adriana.
A delegada pediu, ainda, que o casal que solicitou o carro para a vítima se apresente na polícia para ajudar nas investigações. "Esperamos que eles entrem em contato conosco após ver as notícias na imprensa, é muito importante que nos ajudem", declarou.
Ela faz um alerta às pessoas: "Todos devem ter cautela quanto ao que é oferecido por estranhos. É um conselho básico. Você não sabe quem está ali oferecendo alguma coisa para você ingerir, no geral são pessoas honestas, mas pode haver um criminoso com más intenções tentando se aproximar".
Em nota, a empresa responsável pelo aplicativo de motoristas se manifestou sobre o episódio. "O Uber repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio. Até onde foi possível apurar, não identificamos nenhuma viagem realizada com o aplicativo da Uber na data e local da ocorrência.
De qualquer forma, o Uber permanece à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações, na forma da lei", informou o texto.
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