Aline Torquato, de 27 anos, gerencia o site de classificados Gata Urbana, que tem mais de 500 perfis de acompanhantes disponíveis, a maioria com idade entre 23 a 29 anos.
Recentemente, o site fez um levantamento junto aos usuários cadastrados e descobriu que uma a cada quatro mulheres com acesso à rede procura acompanhante do sexo feminino.
Foram analisados 2.128 perfis de mulheres de vários estados do país. Muitas usuárias resolvem realizar o desejo de transar com mulheres com uma acompanhante pelo sigilo, pois ainda há o receio do preconceito que sofreriam se soubessem que elas saíram com alguém do mesmo sexo.
Mas também há casos de mulheres que fazem a pesquisa inicial com o objetivo de promover um ménage a trois.
"É muito raro o homem tomar a frente nesses casos", diz. Carol*, de 23 anos, é uma das profissionais cadastradas no site.
Ela começou na profissão aos 19 e conta que, mais recentemente, percebeu a procura das mulheres por seu serviço aumentar significativamente.
Carol aluga mensalmente um quarto, onde atende cerca de três clientes por dia. Ela prefere fazer programas com homens, pois garante que as mulheres são mais exigentes.
Também é comum que as mulheres a abordem para quebrar a rotina do sexo com o marido, propondo sexo a três.
"Eu até faço, mas não é muito comum. Cobro o dobro e tem gente que acha muito caro", relata. A acompanhante Mari*, de 34 anos, atende há 17.
Ela comenta que é muito procurada por mulheres mas, quase sempre, para o sexo a três.
"A maioria, na hora da transa, interage comigo, enquanto o marido só observa", conta.
Mari costumava atender um casal por mês mas, hoje, recebe dois por semana, no mínimo, no quarto alugado desde que iniciou na profissão, trabalhando com anúncios de classificados.
"Quando estou sem meu filho, trabalho 24 horas sem parar, chego a fazer seis clientes por dia. Dá para conciliar, porque tem gente que está procurando uma psicóloga, na verdade, quer só conversar", diz.
O ménage também é unanimidade entre os pedidos dos clientes de Ize*, de 19 anos, que há sete meses trabalha como acompanhante.
"Tem muita procura de casais que querem algo diferente, fora da rotina. Mas, para mim, é sempre um pouco estranho, porque você acaba tendo medo da companheira ter ciúmes. O marido ou namorado normalmente também tem receio de fazer o que quer, por causa da parceira", relata. No sexo com mulheres, ela se sente mais à vontade.
"A diferença em atender um homem e uma mulher é muito grande, porque, sendo uma mulher, conheço muito bem o corpo feminino", explica.
Aline*, que é acompanhante, conta que atende tanto mulheres que têm medo de assumir a homossexualidade quanto algumas bissexuais que, mesmo curtindo o sexo com o par, reclamam que ele não se sai bem nas preliminares.
"A maioria das mulheres pede oral e, quando relaxa, se entrega completamente ao prazer", conta.
*Nomes trocados a pedido das entrevistadas
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