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OS SERES FANTÁSTICOS DAS ANTIGAS LENDAS URBANAS

NOTA LEGAL: Esta matéria de jornalismo e entretenimento não é aconselhável para pessoas sensíveis ou que não atendam aos requisitos e exigências da legislação brasileira.


A Mulher de Sete Metros


Conta uma lenda, que logo depois do bairro da União, em um morro localizado a direita da Rodovia Jorge Amado, vivia uma viúva, dona de uma grande fazenda de cacau e de vários escravos.


Essa mulher era uma fazendeira bastante rica e não era muito prestigiada na sociedade ilheense. Ela se chamava Lavínia Corrêa e era famosa por suas perversidades contras seus escravos e criações.


Dona Lavínia jogava gordura fervendo nas negras, mandava arrancar os dentes das escravas para que não vissem formosuras nelas.


Açoitava seus escravos, mandava arrancar as unhas dos escravos fujões. Deixava a comida azedar e só depois ela alimentava seus trabalhadores.


Era, por assim, dizer, a incorporação do mal no corpo de mulher. Desde que o marido morrera de febre tifoide, ela se enlutou e se vestiu de preto até morrer.


Quando ocorreu a libertação dos escravos em 1888, Dona Lavínia quase enlouqueceu e custou a aceitar a liberdade dos seus trabalhadores.


De um dia para o outro sua casa e fazenda ficaram vazias e ninguém quis trabalhar para a velha viúva. O cacau começou apodrecer nas plantas e o bolô consumir as amêndoas já ensacadas.


Numa noite, pouco tempo depois da libertação da escravidão, um bando de ex-escravos invadiram a fazenda e jogaram a viúva dentro de uma cisterna. Ali ela ficou por três dias gemendo de dores.


Quando foi encontrada pelo capataz, a viúva foi levada para o hospital em Ilhéus onde padeceu por mais 21 dias, vindo a falecer.

Conforme seu testamento, a fazendeira foi sepultada em um túmulo erguido bem em frente da casa grande da fazenda.


Nesta cerimônia compareceram apenas 6 pessoas. Dias depois, o túmulo foi violado e o corpo da velha viúva sumiu para sempre.


Diziam em Banco da Vitória que o corpo foi queimado e suas cinzas jogadas em um brejo fedorento.


Diante de tantas maldades, a alma penada de Dona Lavínia, saia sempre nas madrugadas das segundas-feiras, do antigo túmulo na fazenda e se dirigia pela Rodovia Ilhéus/Itabuna até o cemitério de Banco da Vitória, onde chorava, gritava e assustava as pessoas.


Como o vulto assombroso pairava sobre a estrada e vestia-se de longo vestido preto, logo essas aparições foi chamada de A Mulher de Sete Metros.

Muita gente em Banco da Vitória viu a mulher de sete metros andando pela Rodovia Ilhéus Itabuna e bebendo sangue dos bois, que escorria do matadouro municipal para o Rio Cachoeira.


Seu aspecto era assustador. O rosto era pálido e fino, os olhos esbugalhados e vermelhos. A boca era preta e torta, como se derramasse pelo queixo. A mandíbula era quase solta.


Os braços eram finos e manchados de ferimentos sem curas. O vestido preto era longo e pesado e suas pernas eram agigantadas. Em apenas um dos seus pés tinha sapato. O outro pé descalço era grande e desinforme, com unhas enormes.


Todas as segundas-feiras, as ruas de Banco da Vitória ficavam desertas logo cedo e muita gente ia dormir com medo da assombração. De vez em quando ouvia-se gritos e correrias.


Era algum trabalhador do matadouro, pescador noturno ou caçador que se deparava nas madrugadas com a mulher de sete metros e fugia desesperadamente.

Até o ano de 1968 a Mulher de Sete Metros só andava pela estrada Ilhéus Itabuna ou então pela Rua do cemitério e pelo caminho da Fazenda Victória.


A partir da inauguração da nova Igreja de Nossa Senhora da Conceição, ocorrida em 25 de março de 1968, a mulher de sete metros apareceu diversas vezes andando por dentro da localidade e foi vista dezenas de vezes por moradores que espreitavam pelas frestas das janelas.


Diante dos relatos de terror descritos pelos moradores da comunidade foi criada uma novena durante sete segundas-feiras, onde se pediam o perdão para alma penada de Dona Lavínia Correia.


Por intercessão de Nossa Senhora da Conceição os pedidos da comunidade foram aceitos e a alma de Lavínia Correa pôde por fim descansar.


A mulher de sete metro sumiu para sempre. Dizem que até hoje ela mora na Casa Mal Assombrada, nas imediações da fazenda Cordilheira, lá pelas bandas de Salobrinho.


Mas não assusta mais ninguém. Mas isso já é uma outra estória, com outros sustos e outros personagens.


A Mulher de sete metros é um dos seres fantásticos que povoam as lendas urbanas.





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