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Reunião do Grupo de Lima terá presença de Guaidó dos vices-presidentes dos EUA e Brasil


Mourão embarca para a Colômbia para coordenar resposta do Brasil à crise na Venezuela.

O vice-presidente Hamilton Mourão embarca no início da tarde deste domingo (24) para Bogotá, na Colômbia, para participar da reunião do Grupo de Lima e coordenar a resposta do Brasil à crise na Venezuela. O Grupo de Lima é formado por 14 países das Américas, dos quais apenas o México não reconhece o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Entre os mandatários que irão a Bogotá, está o vice-presidente dos EUA, Mike Pence.


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O próprio Guaidó, que cruzou a fronteira com a Colômbia no sábado (23), desafiando uma ordem do chavismo que o havia proibido de deixar a Venezuela, também participará. A cúpula em Bogotá ocorre apenas dois dias depois da tentativa de envio de ajuda humanitária à Venezuela pelas fronteiras que o país vizinho mantém com o Brasil e com a Colômbia. A ação, que tem apoio dos EUA, foi bloqueada pelo ditador Nicolás Maduro, que a considera um pretexto para uma intervenção externa em assuntos da Venezuela.


Mourão discutiu os detalhes da mensagem que o Brasil deve levar a Bogotá em uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro na noite de sexta-feira (22). Na semana passada, o vice disse que deve ter uma conversa com Pence. Mourão estará acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Em nota divulgada no sábado, o Itamaraty afirmou que o Brasil "apela à comunidade internacional" para que mais países reconheçam Guaidó como presidente legítimo da Venezuela, o que ampliaria o isolamento internacional de Maduro.


Segundo interlocutores do vice, Mourão avalia que, no cenário atual, é prioritário reduzir a tensão na fronteira do Brasil com a Venezuela, no estado de Roraima. Ele monitorou de Brasília, no sábado (23), a escalada da violência na fronteira entre Pacaraima (no Brasil) e Santa Elena do Uairén (na Venezuela), quando manifestantes que apoiavam a entrada em território venezuelano de dois caminhões com remédios e alimentos se chocaram contra forças de segurança leais a Maduro. Impedidos de cruzar a fronteira, os caminhões retornaram ao Brasil.


Para o governo brasileiro, um dos momentos mais delicados do dia ocorreu quando forças bolivarianas responderam com pedradas e gás lacrimogêneo às agressões de um grupo de venezuelanos que estava em território brasileiro. Um interlocutor de Mourão ressaltou que não houve qualquer reação por parte de militares brasileiros nesse episódio, o que indica que a estratégia é atuar para reduzir a tensão na fronteira, e não elevá-la. Mourão também se opõe a qualquer plano de intervenção militar na Venezuela para derrubar Maduro.


A opinião é partilhada pela ala militar do governo. Embora contrários ao ditador, os militares consideram um eventual conflito na Venezuela algo “desastroso” para o Brasil. A possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela voltou à tona devido a uma mensagem publicado por Guaidó em suas redes sociais na noite do sábado. Ele afirmou que “todas as opções precisam estar abertas para conseguir a liberação” da Venezuela.


A mensagem lembra a retórica do presidente dos EUA, Donald Trump, que afirma que “todas as opções estão sobre a mesa”, inclusive a militar. Minutos depois, Guaidó publicou uma mensagem dizendo que se referia a “todas as opções da comunidades internacional que realizaram o cerco diplomático que contribuirá ao fim da usurpação, a um governo de transição e a eleições livres.


 



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