Nos três dias de viagem aos Estados Unidos, a partir do próximo domingo, o presidente Jair Bolsonaro terá um encontro privado com o mandatário americano, Donald Trump, na Casa Branca, e deve assinar três acordos, que ainda estão sendo discutidos pelos dois países. O governo brasileiro trata a visita como a sinalização do início de uma nova etapa na relação com os americanos.
— A visita é a primeira de caráter bilateral realizada pelo presidente Jair Bolsonaro ao exterior, demonstrando a prioridade que o governo atribuiu à construção de uma sólida parceria com os Estados Unidos da América — declarou nesta quarta-feira o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros.
Segundo o Palácio do Planalto, o foco da agenda externa brasileira é “reforçar a relação com os países que podem contribuir para o desenvolvimento, a prosperidade, o bem-estar e a segurança”.
Outro objetivo da visita, segundo o porta-voz, é promover uma agenda de resultados positivos em diversas áreas, além de destravar temas que já estavam na pauta e abrir “novas frentes, novas oportunidades”.
Entre os acordos que devem ser assinados durante a viagem está uma parceria com os Estados Unidos para a utilização comercial da base militar de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de satélites. Indagado sobre a tratativa, o porta-voz não quis dar detalhes.
A comitiva brasileira deixa o país no domingo, dia 17, às 8h, da Base Aérea de Brasília. O voo tem duração aproximada de nove horas. A chegada está prevista para 16h, no horário local de Washington.
Até agora estão confirmados seis ministros na comitiva presidencial: Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina (Agricultura), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também deve integrar a comitiva do pai aos Estados Unidos. Segundo o porta-voz, a ida dele está “prevista.
Cronograma em Washington
Quando chegar à capital americana, a comitiva de Bolsonaro vai se instalar na Blair House, que faz parte do complexo da Casa Branca. Segundo o porta-voz, esta é uma “honra que o governo americano nos concede”, já que apenas alguns chefes de Estado são selecionados para se hospedar no local.
Ainda no domingo, Bolsonaro participará de um jantar com autoridades e “formadores de opinião” na residência do embaixador brasileiro em Washington, em horário ainda não definido. Na ocasião, ele deve se encontrar com o escritor Olavo de Carvalho, que foi pivô de uma crise no Ministério da Educação (MEC) nos últimos dias.
Na segunda-feira, dia 18, a agenda de Bolsonaro está prevista para o turno da tarde. A primeira será uma audiência com o ex-secretário do Tesouro americano Henry Hank Paulson, que ocupou o cargo no governo George Bush durante a crise de 2008. Em horários ainda não definidos, ele vai assinar os acordos bilaterais.
Enquanto isso, ministros do governo brasileiro vão participar de debates sobre investimentos setoriais e relações econômicas, além de um painel sobre uma nova relação entre Brasil e Estados Unidos, a partir da proximidade entre Bolsonaro e Trump. Os eventos vão acontecer na Chamber of Commerce [Câmara do Comércio].
No dia seguinte, o último do presidente em Washington, Bolsonaro vai se encontrar com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, na Blair House.
Em seguida, a comitiva brasileira irá à Casa Branca, onde será recebida por Trump no Salão Roosevelt. Lá, Bolsonaro assinará o livro de visitas da sede do governo americano. Depois, seguirá para o Salão Oval, onde despacha o chefe de Estado americano.
O encontro contará apenas com a presença de tradutores. Após a reunião, haverá um almoço de trabalho e uma reunião ampliada, ainda na Casa Branca. Os dois irão logo depois para o Rose Garden, jardim da Casa Branca, para uma declaração à imprensa com duração aproximada de 30 minutos.
Após a saída da Casa Branca, Bolsonaro e sua equipe seguirão para o cemitério nacional de Arlington, onde estão enterrados militares dos Estados Unidos. No local, acompanhado de um general americano, ele vai colocar flores em homenagem aos mortos em tantos combates pelo país.
— É uma cerimônia muito singela, muito tocante, para todos aqueles que conhecem a profissão das armas e a respeitam — classificou o porta-voz.
A agenda do dia será completada por uma cerimônia com lideranças religiosas, na Blair House, e uma reunião de trabalho fechada, durante um jantar. No início da noite, o grupo embaca rumo a Brasília, onde deve chegar na manhã de quarta-feira, dia 20.
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