Voo da Malasya Airlines foi abatido em 2014 por um míssil de fabricação russa, em episódio envolto em mistério
Autoridades de Austrália e Holanda anunciaram nesta segunda-feira, 14, que entraram com uma ação conjunta contra a Rússia na Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), em razão da queda do voo MH17 em 2014, sobre o espaço aéreo da Ucrânia.
O avião da companhia aérea Malasya Airlines se dirigia a Amsterdã saindo de Kuala Lumpur em 17 de julho de 2014, quando foi abatido por um míssil de fabricação russa, apontaram as investigações na época.
Os 283 passageiros e 15 tripulantes a bordo do avião morreram. Entre eles, havia 196 holandeses e 38 australianos. A aeronave caiu em território ucraniano, a 40 km da fronteira russa.
Austrália e Holanda demandam da Rússia uma compensação e um pedido formal de desculpas. A alegação é que o voo da Malasya Airlines foi abatido por engano pelo sistema de defesa russo. O governo de Moscou, atualmente sob pressão internacional por causa da recente invasão militar à Ucrânia, nega envolvimento no episódio e se retirou da negociação com os dois países em outubro de 2020, contrariando os demais envolvidos.
“A negativa da Rússia de assumir responsabilidade por seu papel na queda do voo MH17 é inaceitável, e o governo australiano sempre disse que não excluirá nenhuma opção legal em nossa busca por justiça”, expressa nota oficial assinada por Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália.
“A ação conjunta da Austrália e da Holanda é um grande passo à frente na luta de ambos os países pela verdade, pela justiça e pela responsabilidade por esse horrível ato de violência”, completou o comunicado.
Um tribunal holandês que julga o caso há dois anos identificou quatro suspeitos, três russos e um ucraniano. Segundo as investigações, esse grupo foi responsável pela entrada de lançadores de mísseis Buk na Ucrânia, mas as autoridades ainda tentam mapear as conexões por trás da operação.
Agência vinculada às Nações Unidas, a OACI estabelece as normas que regem o transporte aéreo civil, em virtude da Convenção sobre Aviação Civil Internacional. No entanto, o organismo não tem poder para impor sanções.
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