Enquanto em 2019 foram identificadas 461 pessoas com algum dos três tipos da doença, em 2020 o número pulou para 1.285
Enquanto em 2019 foram identificadas 461 pessoas com algum dos três tipos da doença, em 2020 o número pulou para 1.285. De acordo com a SMS, o levantamento foi feito entre 29 de dezembro e 8 de fevereiro dos respectivos períodos.
Com o crescente índice de pessoas infectadas, uma série de ações estão sendo realizadas em combate ao Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da doença.
Na quarta-feira (12), agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), iniciaram uma operação nos circuitos que serão palco do Carnaval este ano, a começar pelo Dodô (Barra/Ondina).
As equipes estão percorrendo ruas, vistoriando e aplicando inseticida em residências e imóveis abandonados, começando pela Rua Greenfeld, na Barra, onde foram encontrados alguns focos do mosquito na casa de número 37.
Somente naquela região, uma pessoa já foi diagnosticada com chinkungunya: Alessandra, de 23 anos, uma das cuidadoras de Dona Ana, de 87 anos, esta última que está sob suspeita de ter a doença.
Ambas passaram a madrugada de segunda (10) para terça-feira (11) com febre alta.
“Alessandra foi na UPA dos Barris e recebeu o diagnóstico. Dona Ana recebeu médico em casa, com os sintomas que também indicam.
Ardeu com febre de 39 graus. É uma tremenda irresponsabilidade mesmo [vizinhos com imóveis abandonados e com focos do mosquito].
Não é possível que a pessoa não pode limpar a sua própria casa”, disse a nora de Dona Ana, a enfermeira Sara Leiro, de 40 anos.
Em 2017, outra moradora da rua, dona Lívia Gomes, recebeu o diagnóstico de que estava com zika. A preocupação dela, e dos agentes que estiveram na rua, é justamente os imóveis que estão abandonados.
“A situação está começando a se alastrar. Tem terreno baldio aí que está cheio de água parada.
Você tem a sua casa limpa, livre de focos, para adquirir a doença por irresponsabilidade de vizinho que não mantém a sua própria casa limpa.
Além de não cuidar do seu quintal, não cuidam da rua. As bocas de lobo vivem entupindo, porque jogam lixo.
Acabam virando foco permanente de dengue. O pessoal vem, desentope, logo depois entope de novo. A gente se sente de braços atados, fica impotente”, afirmou.
Tentando ajudar na atuação dos agentes da CCZ, dona Lívia e outros vizinhos buscaram contato com os proprietários de outros imóveis. Eles conseguiram ligar para uma senhora identificada como Ruth, responsável pela casa 128, uma das residências da rua que está fechada. Por telefone, Ruth conversou com o supervisor de equipe Jair Batista.
“A proprietária ficou de retornar para agendar uma visita, quando poderemos entrar no imóvel e fazer a fiscalização”, explicou o agente. “A gente faz o que pode. Liga, fala, pede.
Mas tem alguns vizinhos que nem assim. Dizem que vão limpar, retirar a água parada, mas acabam não fazendo nada. Fica você, com sua casa limpa, vítima de doença”, acrescentou dona Lívia.
Conforme apurado pela reportagem com agentes da CCZ, quando a equipe não consegue contato com o proprietário, um relatório é enviado à SMS, que aciona a Secretaria Municipal da Fazenda para identificar o responsável do imóvel e, assim, permitir o acesso à residência.
Circuitos – A aplicação de larvicidas e borrifação a Ultrabaixo Volume (UBV) ocorre nos próximos dias 13, 17, 18 e 19 deste mês, nas localidades dos circuitos tradicionais (Barra/Ondina, Campo Grande e Pelourinho) e nos bairros que receberão a folia, como Cajazeiras X, Boca do Rio, Plataforma, Periperi, Pau da Lima, Itapuã e Liberdade.
A aplicação dos borrifadores ocorre sempre à noite ou em horários estratégicos para evitar aglomeração de pessoas. Além dos circuitos, os profissionais também intensificarão os trabalhos educativos no aeroporto, rodoviária, porto de Salvador, ferry boat e estações de transbordo prestando orientações a respeito de medidas de prevenção das doenças.
Equipes do CCZ também estarão de plantão durante todo o Carnaval, para realizar o bloqueio focal nas residências com suspeita de pessoas acometidas por alguma arbovirose. Os agentes estão com o trabalho totalmente concentrado na busca por criadouros do mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya.
As ações preventivas são feitas nas comunidades, com visitas nas casas e orientação aos moradores.
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