'Num país em que uma mulher é estuprada a cada 10 minutos, é inadmissível o comportamento sexista adotado', diz texto; confira
O Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público, junto com a Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas, emitiu uma nota de repúdio ao vídeo do desembargador Jaime Machado Junior, do Tribunal de Santa Catarina (TJSC).
No vídeo, divulgado nesta quarta-feira (27) nas redes sociais, o desembargador manda um “recado” para as colegas do Tribunal. Ao lado do cantor sertanejo Leonardo, Jaime cita o nome de algumas juízas e diz: “Nós vamos aí comer vocês […] Ele segura e eu como”.
A brincadeira não foi bem encarada e o Movimento de magistradas lançou uma nota sobre o caso, em que considera as palavras ditas pelo desembargador como “ofensas” e o acusa de “sexismo”.
“Num país em que uma mulher é estuprada a cada 10 minutos, é inadmissível o comportamento sexista adotado pelo desembargador, que, ainda que em tom jocoso, expõe as magistradas destinatárias da mensagem como objetos sexuais e banaliza a conduta de violência sexual, atingindo todas as mulheres, reforçando uma cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em violar os direitos mais basilares da população feminina diariamente”, diz o texto.
Veja nota na íntegra:
Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público e Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas
O Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público, que congrega em torno de 500 promotoras e procuradoras de todo o país e a Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas, filiada à Fédération Internationale des Femmes des Carrières Juridiques, e com quase 3.000 associadas no Brasil, manifestam repúdio às declarações do desembargador Jaime Machado Júnior em vídeo que circula nas redes sociais, no qual o referido, vinculado ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, dirige ofensas a magistradas.
Num país em que uma mulher é estuprada a cada 10 minutos, é inadmissível o comportamento sexista adotado pelo desembargador, que, ainda que em tom jocoso, expõe as magistradas destinatárias da mensagem como objetos sexuais e banaliza a conduta de violência sexual, atingindo todas as mulheres, reforçando uma cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em violar os direitos mais basilares da população feminina diariamente.
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