O estado de São Paulo informou hoje que registrou a primeira morte por coronavírus no Brasil, segundo o governo estadual.
A reportagem apurou com um interlocutor do Ministério da Saúde que a primeira vítima é um homem de 62 anos, que morava na capital paulista. Ainda não há informações sobre como ele contraiu a doença. O homem tinha diabetes e hipertensão e, por conta da idade, estava no grupo de risco.
De acordo com o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo,
David Uip, outras quatro mortes são investigadas pelos órgãos públicos de saúde. Não há
confirmação que elas tenham relação com o novo coronavírus.
Segundo Uip, o homem apresentou sintomas no último dia 10, foi internado em uma UTI
(Unidade de Terapia Intensiva) no dia 14 de março e morreu ontem às 16h. Ele não tem
histórico de viagens, ou seja, tratava-se de um caso de contaminação comunitária.
"Este óbito e, outros virão, não deve causar pânico na população", disse Uip em
entrevista coletiva na tarde de hoje. "Corre por aí que não há transparência dos dados,
mas estamos informando absolutamente tudo que acontece", completou.
Segundo estudos publicados, a letalidade do novo coronavírus é maior entre os idosos,
como no caso da primeira morte em território nacional.
Até ontem à tarde, o Ministério da Saúde informava que o número de casos oficiais do
novo coronavírus no Brasil subiu para 234 confirmados e 2.064 suspeitos. Outros 1.624
casos já tiveram a suspeita descartada.
O estado com maior número de casos confirmados é São Paulo (162), seguido pelo Rio
de Janeiro (31) e pelo Distrito Federal (13). O número real de casos, no entanto, pode ser
maior, já que o boletim nacional tem demorado para incluir novos casos confirmados pelas autoridades de saúde dos estados.
O governo de São Paulo avalia que o surto de coronavírus deve durar entre quatro e cinco
meses.
O prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), decretou estado de emergência na
cidade. Entre as medidas adotadas pela gestão municipal, o rodízio de carros foi suspenso
por tempo indeterminado.
Além do caso de São Paulo, a secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro divulgou ontem que um médico de 65 anos estava internado em estado gravíssimo em um hospital da rede privada contaminado por coronavírus.
O paciente em estado gravíssimo é o médico nefrologista e ex-vereador Edison Régio de Moraes Souza, o Dr. Edison da Creatinina. Ele é professor da Faculdade de Medicina da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), onde ministra aulas de nefrologia.
Casos oficiais de coronavírus no Brasil
Secretário pede para pessoas não saírem de casa
O secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, disse hoje pela manhã não crer que o governo precisará adotar medidas de isolamento compulsório para combater a pandemia do novo coronavírus, a exemplo da Itália, mas enfatizou o pedido para que as pessoas só saiam de casa em caso de necessidade.
"Eu não acredito nisso. Eu acho que do jeito que nós estamos trabalhando e fazendo o enfrentamento desde já, pelo aprendizado anterior, não chegaremos a este ponto do isolamento total. Isso é pânico. O que nós pedimos a população é que pensem a respeito do que está acontecendo e colaborem com as medidas de enfrentamento. Sem a colaboração da população nós não vamos conseguir chegar lá", afirmou em entrevista ao Bom Dia São Paulo.
Germann ressaltou que o momento não é de pânico, mas de cautela, especialmente com os idosos, que estão no grupo de risco da covid-19. Ele destacou que a questão do distanciamento social "é muito importante" porque o vírus tem uma capacidade grande de se alastrar.
"Fique em casa. Nós estamos em uma situação que não é de pânico, mas é uma situação onde você tem que estar muito atento e, com isso, observar essas regras e essas determinações tanto no governo estadual quanto do governo municipal, que levam justamente a que o trânsito se modifique para menor e as pessoas têm obrigatoriamente muita atenção no sentido de só sair de casa se tiver necessidade.
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