A bancada evangélica está descontente e já não poupa críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro, que ajudaram eleger nas eleições (Reprodução/Agência Câmara).
A bancada evangélica está descontente e já não poupa críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro, que ajudaram eleger nas eleições.
O descontentamento do grupo é com a falta de espaço na Esplanada, e já afinaram o discurso e decidiram votar fechado com o governo apenas nas pautas relativas a temas de costumes. As informações são do O Estado de S. Paulo.
O deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP), no último dia 8, usou o Twitter para disparar alguns recados ao governo. “Vocês não pediram minha opinião, mas deixo aqui humildemente a mesma. A comunicação está péssima”, escreveu.
Emendando um apelo: “Quando o governo resolve governar sozinho, se torna um gigante com pés de barros. O que adianta ter a estrutura que tem se o alicerce é frágil? O presidente tem que cimentar os pés. E isso se faz chamando as bancadas para conversar”.
Um dos líderes da bancada evangélica na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) disse que, “ideologicamente, jamais” a bancada irá “sabotar o governo”, mas alertou que “política se faz com diálogo ou cada um vai cuidar do seu mandato”. “A bancada nunca teve espaço, mas agora está pior.
Ele (o presidente) só dialoga com os militares e com os filhos.” Segundo Sóstenes, a falta de interlocução terá reflexo nas votações. “Matérias como a da Previdência, sem diálogo, ninguém coloca o dedo”, avisou.
Um dos espaços perdidos dentro do governo foi com a exoneração de Pablo Tatim do cargo de subchefe de Ação Governamental da Casa Civil, indicado pela frente evangélica. Ele foi coordenador jurídico do gabinete de transição de Bolsonaro e, no governo, trabalhava com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Ainda sem fazer entregas para agradar a bancada, o viés conservador do governo é mantido como estratégia para agradar o grupo de parlamentares. Em pouco mais de dois meses de governo, foram inúmeras as demonstrações de que o tom conservador nos costumes será mantido.
Exemplo recente é a crítica do presidente ao teor da Caderneta de Saúde do Adolescente, cujo conteúdo deverá passar por mudanças. Ele determinou o recolhimento do material, lançado em 2008, que traz informações sobre métodos de prevenção da gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, além de abordar a transformação do corpo e de alertar para a necessidade da vacinação.
Bolsonaro considera ilustrações e trechos sobre prevenção da gravidez inapropriados para determinadas faixas etárias, e pediu para que sejam suprimidos.
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