Se o Brasil é uma república, então porque a sede do governo é um palácio e não casa, como na Argentina e Estados Unidos?
Bolsonaro demite presidente do Inmetro e nomeia militar para o cargo
O governo federal exonerou Angela Flores Furtado do cargo de presidente do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e nomeou para o lugar dela o coronel Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior.
Angela, que é administradora, estava à frente do órgão desde o início do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A troca dos titulares está publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de ontem.
Deputadas discutem pedido de impeachment de Jair Bolsonaro
O Congresso finalmente decidiu se mexer depois de uma nova quebra de decoro de Jair Bolsonaro, que nesta manhã fez uma agressão de cunho sexual à jornalista Patrícia Campos Mello, que investiga o esquema de fake news de sua campanha; na tramitação do caso, todo o protagonismo será das mulheres.
As principais deputadas e senadoras do Congresso Nacional consideram pela primeira vez a possibilidade de elaborar um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro.
O motivo: Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao quebrar o decoro do cargo, fazendo uma agressão de cunho sexual à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, que investiga o esquema de fake news usado em sua campanha presidencial.
Embora apoie o projeto neoliberal de Bolsonaro, a própria Folha de S. Paulo reconheceu, nesta terça-feira, que Bolsonaro ultrapassou todos os limites e quebrou o decoro.
Há pouco, a bancada feminina do PT manifestou solidariedade à jornalista Patrícia Campos Mello em um vídeo nas redes sociais e anunciou que uma nota de repúdio será entregue ao Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contra as barbáries faladas à jornalista no exercício de sua profissão.
Em entrevista à TV 247, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que a possibilidade de um pedido de impeachment ainda está em análise, mas que pela primeira vez a discussão aparece entre as parlamentares de oposição com mais solidez. "Talvez esses ataques ultrapassaram uma barreira agora", disse a deputada.
Durante entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro insultou a jornalista com insinuação sexual. "Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais.
Em nota, a Folha disse: "o presidente da República agride a repórter Patrícia Campos Mello e todo o jornalismo profissional com a sua atitude. Vilipendia também a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício da Presidência".
“Nunca um presidente brasileiro foi tão vulgar”, diz editora do El País
"O ataque de Bolsonaro à repórter Patrícia Campos Mello vai ajudá-lo a definhar a partir de agora num Brasil onde 52% do eleitorado é feminino", escreve a jornalista Carla Jiménez, editora do El País Brasil. “Nunca um presidente brasileiro foi tão vulgar”
A jornalista Carla Jiménez, editora do El País Brasil, escreveu nesta terça-feira um contundente artigo sobre o ataque de Jair Bolsonaro, na manhã, a Patricia Campos Mello.
"Nunca na democracia um chefe de Estado havia caído tão baixo apelando à vulgaridade para falsear a realidade. Quiçá no mundo. Nem Donald Trump chegou a tanto".
Em seu artigo, Jiménez escreveu ainda que "o Congresso tem as provas à mão para admitir que Hans River do Rio Nascimento mentiu na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). A insinuação asquerosa de Bolsonaro, pai de uma filha de 9 anos, chega a um patamar nunca visto no Brasil. Todo mundo sabia do que Bolsonaro era capaz, desde que ele xingou uma repórter em abril de 2014".
O artigo em tom editorial faz um apelo ao Congresso: "Senhores deputados e senadores, vocês podem ter um papel tremendamente decisivo neste início de 2020.
Pelas suas filhas, pelas suas mães, pelas suas eleitoras, pelas suas irmãs. Não desprezem a construção que mulheres têm feito até aqui por um país mais decente e menos violento.
A violência das palavras de um chefe de Estado reverbera em todas as esquinas e rincões do Brasil. Já se matam uma mulher a cada duas horas aqui, um estupro acontece a cada 11 minutos.
Tenham decência, coragem, de estancar esta sangria desatada que abriu as portas para uma perversidade gratuita. Vocês foram eleitos para que o Brasil fosse um país melhor, mais próspero, mais respeitado, mais ético. Não há melhora onde uma mentira é naturalizada na Casa em que vocês representam cada brasileira.
Não há prosperidade num país onde se quer estabelecer o medo como forma de governo. Não há respeito por um país que fecha os olhos e silencia diante dos disparates que estamos assistindo. Isso também é corrupção. Corromper seu papel público em nome do poder."
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