O ex-chefe de gabinete do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) foi preso pela PF (Polícia Federal) hoje.
Ele é um dos alvos da Operação Decantação 2, que investiga fraude em licitações e desvio de cerca de R$ 4,5 milhões na Saneago (Companhia Saneamento de Goiás).
Além de Luiz Alberto de Oliveira, conhecido como Luiz Alberto Bambu, outras quatro pessoas foram presas.
A operação também teve mandado de busca e apreensão contra o exgovernador Zé Eliton (PSDB), sucessor de Perillo no cargo.
O UOL ainda não conseguiu contato com as defesas dos acusados.
Na casa da filha de Oliveira, que também foi presa hoje, foram encontradas uma mala com dinheiro vivo, armas e munição.
No total, a PF encontrou R$ 800 mil na residência da filha e R$ 1 milhão em um carro de Oliveira.
O esquema, segundo a PF (Polícia Federal), teria acontecido entre 2012 e 2016, período em que Eliton era vice-governador.
Ele assumiu o governo em abril do ano passado, ocupando o lugar de Perillo, que deixou o cargo para disputar uma vaga no Senado.
Eliton tentou a reeleição, mas foi derrotado em primeiro turno por Ronaldo Caiado (DEM).
A primeira etapa da Operação Decantação havia acontecido em agosto de 2016.
Empresas beneficiadas
Os investigadores apontam que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos com a Saneago.
Elas teriam problemas, como impedimentos fiscais ou não ter condições de prestar serviços, "o que indica direcionamento de licitação", segundo a PF.
Parte dos recursos envolvidos no esquema era repassada para Oliveira, chefe de gabinete de Perillo, diz a investigação.
Já Eliton "teria utilizado, por diversas vezes, uma aeronave de propriedade de uma das empresas beneficiadas pelos contratos".
A investigação indica a suspeita de uso das empresas para lavagem de dinheiro.
Ela estaria ligada à transferência de valores que somam R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete de Perillo e a conta de uma das empresas.
Os mandados foram autorizados pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara Federal de Goiás.
As prisões são temporárias, com validade de cinco dias. A Justiça ainda determinou o sequestro de 65 imóveis. Juntos, eles valem cerca de R$ 35 milhões.
Também foi determinado o afastamento da função pública de dois servidores da Saneago.
Em nota, a Saneago informou que "a atual gestão da empresa tem priorizado a implantação das melhores práticas de governança e compliance, para garantir a lisura em todos os processos da companhia", e que continua "prestando toda a colaboração necessária às investigações".
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