O general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste, declarou na quinta-feira (18) que o fuzilamento no Rio com mais de 80 tiros que matou o músico Evaldo Rosa dos Santos e o catador Luciano Macedo, e deixou outra pessoa ferida, não foi um assassinato.
Durante a cerimônia do Dia do Exército, no Quartel General da Força em São Paulo, o comandante defendeu que “para julgar o que aconteceu, tem que esperar as investigações”.
"Houve uma fatalidade. O pessoal tem colocado assassinato, não é.
Os soldados que estavam em missão na parte da manhã tinham sido emboscados.
Quem como eu já esteve em uma situação dessa, de muita tensão, muito difícil”, afirmou aos jornalistas que o cobriam no evento.
As investigações são conduzidas pelo próprio Exército e apontam que os soldados confundiram o carro alvejado com um ocupado por bandidos que tinham atacado a tropa mais cedo.
Nove militares do Exército estão presos pelo crime.
O músico Evaldo, 51, estava no veículo a caminho de um chá de bebê com a mulher, o filho de 7 anos, o sogro e um enteado, quando foram surpreendidos pelos disparos.
Evaldo morreu na hora e o sogro dele, Sérgio Guimarães de Araújo, foi baleado nos glúteos e recebeu alta no domingo (14).
Um catador de lixo que tentou ajudar as vítimas também foi baleado.
Luciano estava internado desde 7 de abril, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito na madrugada de quinta.
Ele deixa uma mulher grávida.
"É muito triste, lastimável. A gente não tem palavras para falar", afirmou. "Nós vamos dar uma resposta para o que aconteceu.
Agora, é uma tristeza enorme, é a esposa, mãe... ninguém pode dizer que não é uma tristeza enorme, eu como cidadão fardado, a gente fica extremamente sentido.
Que tenham força e que a gente vai dar uma resposta para o que aconteceu”, disse o general, ao lamentar as mortes.
O presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia ao lado do general, mas preferiu não comentar a morte do catador do lixo.
O presidente já havia tratado o caso como um "incidente", além de declarar que “o Exército não matou ninguém”.
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