O ministro Gilmar Mendes usou verba do Supremo Tribunal Federal para viajar para o casamento de sua enteada, em Fortaleza, em outubro do ano passado. A viagem custou, no total, R$ 2.490,80 e foi revelada pelo jornal “Valor Econômico”.
Consta na seção de transparência do site da Corte máxima do Judiciário brasileiro que, no dia 20 de outubro de 2017, Gilmar Mendes pegou um voo da companhia aérea Gol para a capital cearense, a um custo de R$ 888,90. O voo de volta, no dia 22 de outubro, teve tarifa de R$ 1.601,90.
Entre um voo e outro, no dia 21 daquele mês, Gilmar participou do casamento da advogada Maria Carolina Feitosa”. A enteada do ministro é sobrinha do primeiro suplente do senador cearense Tasso Jereissati (PSDB), o empresário Chiquinho Feitosa (DEM).
De acordo com a reportagem do Valor Econômico “não há lei ou mesmo norma do regimento interno do Supremo que obrigue os ministros a justificarem a natureza das viagens pagas com dinheiro público”.
Além da verba para viagem, ministros do STF recebem outros diversos benefícios, como auxílio-moradia de cerca de R$ 4,3 mil, para os casos de ministros que não moram em imóvel funcional. Isso, a despeito de um salário que muitas vezes ultrapassa os R$ 33,7 mil, teto do funcionalismo público.
Naquele mês de outubro, por exemplo, Gilmar Mendes recebeu, brutos, R$ 37.476,93, o que inclui um abono de permanência de R$ 3.713,93. Uma reportagem da “Folha de S.Paulo” destacou que, há cerca de dez anos, Gilmar mora em uma casa funcional, ou seja, cedida pela Corte, mesmo tendo dois imóveis próprios na capital federal.
Ele disse, na época da publicação da reportagem, que estava “em processo de devolução do imóvel funcional”.
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