Questionado nesta quarta-feira 9 se acredita que Jair Bolsonaro (PL) entregará ‘de bom grado’ a faixa presidencial em caso de derrota, Lula (PT) disse não estar preocupado com essa possibilidade.
Em entrevista à rádio Brasil Campinas, o petista afirmou que o mais importante seria a derrota do excapitão nas urnas, não o ato simbólico de entrega do cargo. “Nós já tivemos no Brasil um presidente que não passou a faixa para o outro.
O presidente Figueiredo não passou a faixa para o presidente Sarney”, relembrou Lula. “Então, eu não estou preocupado se o Bolsonaro vai passar a faixa ou não, ele que deixe a faixa guardada, tem lugar para guardar.
[Nesse caso] Eu vou pegar alguém do povo brasileiro para colocar a faixa em mim se eu ganhar as eleições”, respondeu.
Mais adiante, no entanto, Lula disse acreditar que Bolsonaro participará da cerimônia, ainda que seja contra a sua vontade.
“Ele vai passar a faixa direitinho, pode ir pra casa depois chorar, mas ele vai passar a faixa. Pode ficar certo de que [se ele não fizer] o povo vai tomar a faixa dele e passar para outro”, destacou Lula sobre o tema.
Na resposta, Lula minimizou ainda a possibilidade de um golpe por parte do atual presidente e disse que, na verdade, quem sofrerá ‘um golpe’ será Bolsonaro, ao ser derrotado nas urnas.
“O Bolsonaro vai ter uma grande lição na vida, que vai ser o golpe que o povo vai dar nele. No dia 2 de outubro o povo vai dar um golpe democrático neste País. O povo de forma soberana vai dizer pro Bolsonaro: ‘Chega, a gente não quer mais genocida governando este País. A gente não quer mais fascista governando este País.
Não quer mais negacionista governando este País.’”
Mais cedo, Lula foi apontado pela nova rodada da pesquisa Quaest como favorito a vencer as eleições, com possibilidade de triunfar ainda no primeiro turno. Sobre o tema, o ex-presidente disse estar ‘lisonjeado’ e aproveitou para alfinetar o ex-juiz e atual adversário na corrida eleitoral Sergio Moro (Podemos), a quem chamou de ‘juiz mentiroso’.
“Fico lisonjeado e emocionado com o carinho do povo brasileiro me colocando como primeiro nas pesquisas de opinião pública depois de passar o que eu passei”, iniciou. “Muita gente achava que quando eu fui preso com as acusações mentirosas desse juiz… Não vou falar o nome, porque está querendo ter protagonismo e para ter protagonismo tem que crescer… Achavam que eu tinha acabado na política, imaginavam que o PT tinha acabado na política. E hoje nós temos um processo quase de ressurreição”, celebrou.
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