O ministro da Justiça, Sergio Moro, autorizou o uso da Força Nacional de Segurança na praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, por 33 dias, que contam a partir de hoje. A medida foi solicitada pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), comandado pelo general Augusto Heleno.
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Justiça, mas ainda não obteve retorno sobre o motivo do pedido. O GSI também não se manifestou até o momento.
o GSI pediu para que a Força Nacional ficasse de prontidão. Há a expectativa de uma marcha de indígenas e atos de movimentos sociais para os próximos dias. Ocorrências de distúrbio em ocasiões anteriores teriam motivado a solicitação.
As manifestações de indígenas em Brasília fazem parte do ATL (Acampamento Terra Livre), uma marcha de indígenas de diversas partes do Brasil à capital federal que ocorre há 15 anos.
Neste ano, o acampamento está previsto para acontecer entre os dias 24 e 26 de abril. Em 19 de abril, celebra-se o Dia do Índio. O acampamento de indígenas em Brasília foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro (PSL), na semana passada.
Durante uma transmissão ao vivo via Facebook, o presidente se referiu ao evento como "encontrão" e disse que quem iria pagar a conta seria o "contribuinte".
A responsável pela organização do evento, Sônia Guajajara, rebateu o presidente dizendo que o acampamento será realizado com recursos de doações e sem dinheiro público.
O PSOL, partido que teve Guajajara como sua candidata a vice na chapa presidencial em 2018-- vai apresentar um projeto de decreto legislativo para sustar portaria de Moro.
Em nota, o partido diz que se trata de "uma tentativa de impedir a livre manifestação, num momento em que se discute a reforma da Previdência e quando, na próxima semana, Brasília sedia a Acampamento Terra Livre".
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