O presidente Jair Bolsonaro (PSL) participou de cerimônia no Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, na manhã de hoje, e fez um discurso de tom conciliatório, com acenos à imprensa e aos brasileiros que não são cristãos.
"Aos amigos da mídia, apesar de alguns percalços entre nós, precisamos de vocês", declarou o presidente durante as comemorações do dia do Exército.
Os jornalistas William Wack, Natuza Nery e José Luís Datena estavam entre os 70 homenageados. "Juntos faremos um Brasil grande, acima das diferenças. O Brasil é maior que todos nós", disse.
Ao final, Bolsonaro surpreendeu os presentes com uma modificação em seu tradicional bordão "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", sua marca desde a campanha eleitoral no ano passado.
"Brasil acima de tudo e, para aqueles que são cristãos como eu, Deus acima de todos", declarou no encerramento do discurso.
Bolsonaro discursou ao final da cerimônia por cerca de 6 minutos. Em sua única referência à ditadura militar, o presidente afirmou que estava "com muito orgulho na Praça Sargento Mario Kozel Filho, vitimado por aqueles que não tinham compromisso com a democracia".
A praça, dentro do QG do Exército em SP, é nomeada em homenagem ao sargento que morreu enquanto montava guarda no local em 26 de junho de 1968, e morreu durante um atentado de grupos guerrilheiros de esquerda.
Durante sua fala, o presidente fez ainda referência à excelência dos colégios militares de Goiás, e apoiou a iniciativa do Exército e do prefeito Bruno Covas (PSDB-SP), de fazer o primeiro Colegio Militar da capital de SP.
Na cerimônia foram homenageados com medalhas e títulos do Exército diversas personalidades, como as deputadas federais Katia Sastre, Carla Zambelli e Joyce Hasselmann, ambas do PSL paulista.
Ao final da cerimônia, Bolsonaro passou as tropas em revista e, ao chegar próximo da banda marcial, "regeu" o hino do Palmeiras executado em sua homenagem, seguido pela Canção do Paraquedista. Apesar do discurso, ele deixou o local sem falar com a imprensa.
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