O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse nesta sexta-feira (12) que é "uma questão de terminologia" usar a palavra incidente para se referir ao assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos, morto depois que o carro onde estava com sua família foi metralhado por 80 tiros disparados por militares do Exército no Rio.
Em evento nos EUA, Moro repetiu a palavra usada pelo presidente Jair Bolsonaro para falar sobre a morte do músico e acrescentou que o acontecido foi lamentável.
"É uma questão de terminologia, um fato, um incidente, evidentemente lamentável. O que importa é que as instituições extraiam consequências, como o Exército vem fazendo", disse o ministro após reunião em Washington.
Questionado sobre ser adequado falar em incidente para se referir a uma ocorrência com 80 tiros, como fez Bolsonaro, Moro afirmou que não comentaria declarações do presidente e que era importante destacar as apurações que estão sendo feitas e que os responsáveis estão presos.
"Não comento declarações do presidente. Já me pronunciei sobre aquele fato. O que é importante ali é que o Exército está fazendo as apurações necessárias, inclusive os responsáveis estão presos".
Depois de seis dias de silêncio Bolsonaro disse nesta sexta, ao falar sobre o assassinato do músico, que o Exército "não matou ninguém" e classificou o episódio como um incidente. "O Exército não matou ninguém, não, o Exército é do povo.
A gente não pode acusar o povo de ser assassino não. Houve um incidente, houve uma morte, lamentamos a morte do cidadão trabalhador, honesto, está sendo apurada a responsabilidade", afirmou o presidente.
Ainda de acordo com o ministro da Justiça, as apurações iniciais estão sendo feitos pelos órgão de investigação militar, porque o fato envolveu militares.
"Se eventualmente no futuro a Justiça decidir, e aí é decisão da Justiça não do governo, que a competência é da Justiça comum, não tem problema".
Moro viajou a Washington para um bate e volta nesta sexta e participou de uma reunião com a presença de ministros da Justiça de 36 países e tratou de parâmetros de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
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