A Polícia Federal vai cruzar dados de uma planilha entregue pelo doleiro Vinicius Claret, conhecido como Juca Bala, com informações de material apreendido no decorrer da Operação Lava Jato envolvendo o grupo Odebrecht em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal e apura se os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Romero Jucá (MDB-RO) receberam R$ 5 milhões da empreiteira como contrapartida para aprovação da MP 627/2013, que estabeleceu regime de tributação vantajoso ao grupo.
A linha de investigação envolve a suposta contrapartida de vantagens econômicas indevidas aos políticos disfarçadas de apoio financeiro para a campanha eleitoral de 2014. O delegado Bernardo Amaral requereu a produção de Relatório de Análise de Polícia Judiciária sobre informações de suposta movimentação financeira, entre julho e agosto de 2014, para Jucá, codinomes Caju e Cacique, e para Renan, codinomes Atleta e Justiça.
Juca Bala entregou aos investigadores anotações do programa “exportação”, e serão investigadas ainda informações do grupo Odebrecht ligadas às empresas Hoya Corretora de Valores e Transnacional/Transexpert, que são responsáveis pela efetivação das entregas de dinheiro.
O delegado requerer que o relatório apresente a análise cronológica dos documentos encontrados, tratando de eventuais comunicações internas do grupo Odebrecht com seus “prestadores de serviços” (doleiros), ou ainda com pessoas externas à empresa acerca de eventuais; eventuais negociações para realização do pagamento de valores em sistema de contabilidade paralela; suas previsões ou cronogramas; tratativas para a realização dos pagamento dos valores, acerca de locais e senhas, e ainda; comprovações efetivas acerca dos pagamentos realizados.
O relatório policial deverá indicar, ainda, se a partir dos materiais apreendidos é possível se extrair a identificação do beneficiário dos valores.
“Para a continuidade das investigações entendo indispensável também análise comparativa entre as planilhas apresentada pelo doleiro e colaborador Vinicius Claret, no tocante às anotações do programa “Exportação” junto às demais fontes de informação externas ao grupo Odebrecht, oriundas das empresas Hoya Corretora de Valores e Transnacional/Transexpert, responsáveis pela efetivação das entregas de dinheiro”, escreveu Amaral.
Outro lado
“Importante deixar claro que o Senador Renan jamais autorizou, consentiu ou credenciou que terceiros utilizassem o seu nome. Do mesmo modo, nunca condicionou a atividade parlamentar a doações de qualquer espécie. Pelo andar das investigações, mais um processo será arquivado fruto de delações vazias e despidas de qualquer respaldo probatório”.
Luís Henrique Machado Advogado do Senador Renan Calheiros
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