Cinquenta e quatro policiais foram presos nesta terça-feira, 18, sob a acusação de terem montado uma organização criminosa dentro do 22º Batalhão da Polícia Militar para achacar traficantes de drogas ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) na zona sul de São Paulo.
Os PMs exigiriam propina avulsa e mesada para devolver drogas apreendidas, soltar funcionários de traficantes, avisar quando outros colegas se aproximavam dos pontos de drogas e até para prender traficantes concorrentes dos bandidos.
A Corregedoria da PM listou 52 casos, que juntos reúnem 122 acusações contra os policiais. A eles, os responsáveis pelas investigações imputaram oito tipos diferentes de crime: corrupção, concussão, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional, associação para o tráfico, peculato, prevaricação e organização criminosa.
Nesta terça, seis deles foram autuados em flagrante por tráfico - um guardava entorpecente no armário, no batalhão, e o outro em casa - e porte ilegal de armas. Dez armas foram apreendidas, além de R$ 80 mil. O capitão Rodrigo Elias da Silva, da Corregedoria da PM, representou à 1.ª Auditoria da Justiça Militar pela decretação da prisão de 54 policiais.
Ele pediu ainda - com a concordância do Ministério Público - a expedição de mandados de prisão contra cinco acusados de tráfico ligados à facção criminosa, quatro dos quais foram presos nesta quarta.
Também foram requisitados 70 mandados de busca e apreensão. O juiz Ronaldo João Roth decretou as 59 prisões preventivas e expediu os 70 mandados de busca em 19 municípios em 3 Estados (Rio, São Paulo e Minas).
Eram 6 horas quando 450 policiais - 280 da Corregedoria e 170 do 2º Batalhão de Choque -, acompanhados por promotores do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagraram a fase Katrina da Operação Ubirajara - nome do bairro onde a investigação começou, na zona sul. Katrina é uma referência ao furacão que devastou o sul dos Estados Unidos em 2005.
A operação resultou em uma das maiores prisões em massa efetuadas pela Corregedoria na história. Entre os acusados não há oficiais. São 1 subtenente, 7 sargentos, 13 cabos e 33 soldados.
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