Professores tiram dúvidas e explicam como será a realização do exame nos próximos anos; MEC promete mudanças até 2024
Na prática, o formato do Enem só deve mudar mesmo em 2024
AGÊNCIA BRASIL
O novo ensino médio passa a valer neste ano em todo o país e com ele uma mudança profunda na maneira de ensinar e aprender. Para os especialistas, o novo formato deve atrair mais a atenção dos estudantes. Mas como fica o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) nesse novo cenário?
Em julho de 2021, o MEC (Ministério da Educação) publicou um edital com informações de que o Enem estará alinhado às novas diretrizes do ensino médio a partir de 2024. Ainda sem muitos detalhes principalmente no que diz respeito aos itinerários formativos, professores falam de suas expectativas e preocupações com relação ao exame.
Isso porque o novo ensino médio permite uma carga horária mais flexível e a escolha dos chamados itinerários formativos. O currículo é organizado por áreas de conhecimento, e não por matérias. De todas as disciplinas, apenas português e matemática são obrigatórias nos três anos.
Na nova estrutura, 60% da carga horária contempla habilidades e competências relacionadas às quatro áreas do conhecimento: matemáticas e suas tecnologias; linguagens e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas.
Os 40% restantes devem ser preenchidos com os chamados itinerários formativos, uma formação à parte e mais flexível, que permite ao estudante direcionar seu estudo para a carreira que pretende seguir.
A grade dos itinerários varia bastante nas redes de ensino, mas eles devem estimular o empreendedorismo, o ensino técnico, a investigação cientítica, os processos criativos e as intervenções socioculturais.
"Nossa expectativa é que o Enem acompanhe esse novo modelo de ensino, senão não faz sentido modificar a matriz curricular do ensino médio e não alterar a proposta de avaliação que permite ao aluno ingressar em universidades e faculdades com a nota que ele obtém no Enem; as duas coisas precisam caminhar juntas", destaca Carlos César Marconi, diretor pedagógico do Colégio Mary Ward.
Henrique Braga, coordenador do Ensino Médio do Sistema Anglo, enfatiza que as mudanças no Enem só devem ocorrer a partir 2024 e lembra que "em 2018 o CNE (Conselho Nacional de Educação) estipulou um prazo de quatro anos para que o governo desse as diretrizes para o Enem, o que significa que neste ano deve sair alguma resolução neste sentido".
André Freitas, gerente de projetos pedagógicos do Sistema pH, lembrou que no fim de 2021 o CNE enviou ao MEC uma proposta para o Enem, "mas ainda não sabemos se o Inep, que é o órgão responsável pelo exame, vai acatar".
"Aguardamos a matriz de habilidades do Enem, que é algo muito importante para quem produz currículo e material." E a proposta para o novo exame, como observa Freitas, é que o Enem seja realizado em duas etapas. Atualmente, é realizado em dois dias, mas cobrando conteúdo. "A primeira etapa deve ter questões interdisciplinares, e a segunda etapa estaria mais ligada aos itinerários formativos, em que os candidatos responderiam a questões discursivas de acordo com o curso escolhido."
Caio Mendes, coordenador de projetos do Colégio Rio Branco, espera que o Enem continue a ser um processo seletivo confiável e sério. "É importante que o Inep se fortaleça como instituição autônoma, o que dá segurança às provas", diz. "Esperamos que haja clareza de como o Enem dialogará com o novo ensino médio, principalmente no que se refere às escolhas que os alunos estão fazendo com relação aos itinerário formativos."
Mendes também destaca que é "importante o Enem dialogar mais com as diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e do novo ensino médio: um exame precisa ser mais conectado com a realidade que os jovens vivem".
Talita Marcilia, coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Colégio Humboldt, acredita que com o silêncio dos órgãos responsáveis é possível que as grandes universidades, como USP, Unicamp, Unesp, olhem para o que as escolas estão produzindo e adaptem suas provas. "Uma tendência que pode ser seguida pelo Enem."
"A expectativa é que o Enem de fato seja seriado, que os alunos possam fazer as provas desde o primeiro ano, o que mostraria a eles a seriedade no processo e [eles] também começariam a entender que eles realmente são sujeitos da aprendizagem, o que contribuiria para a autonomia dos jovens", finaliza Viviane Paiva Direito, coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Colégio Franciscano Pio XII."Aguardamos a matriz de habilidades do Enem, que é algo muito importante para quem produz currículo e material." E a proposta para o novo exame, como observa Freitas, é que o Enem seja realizado em duas etapas. Atualmente, é realizado em dois dias, mas cobrando conteúdo. "A primeira etapa deve ter questões interdisciplinares, e a segunda etapa estaria mais ligada aos itinerários formativos, em que os candidatos responderiam a questões discursivas de acordo com o curso escolhido."
Caio Mendes, coordenador de projetos do Colégio Rio Branco, espera que o Enem continue a ser um processo seletivo confiável e sério. "É importante que o Inep se fortaleça como instituição autônoma, o que dá segurança às provas", diz. "Esperamos que haja clareza de como o Enem dialogará com o novo ensino médio, principalmente no que se refere às escolhas que os alunos estão fazendo com relação aos itinerário formativos."
Mendes também destaca que é "importante o Enem dialogar mais com as diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e do novo ensino médio: um exame precisa ser mais conectado com a realidade que os jovens vivem".
Talita Marcilia, coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Colégio Humboldt, acredita que com o silêncio dos órgãos responsáveis é possível que as grandes universidades, como USP, Unicamp, Unesp, olhem para o que as escolas estão produzindo e adaptem suas provas. "Uma tendência que pode ser seguida pelo Enem."
"A expectativa é que o Enem de fato seja seriado, que os alunos possam fazer as provas desde o primeiro ano, o que mostraria a eles a seriedade no processo e [eles] também começariam a entender que eles realmente são sujeitos da aprendizagem, o que contribuiria para a autonomia dos jovens", finaliza Viviane Paiva Direito, coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Colégio Franciscano Pio XII.
Vídeo:
Com informações do R7
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