O procurador da República Deltan Dallagnol, em seu Twitter, abordou o julgamento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra ele e avaliou que não há razão para ser "censurado".
A ação pode acontecer ainda hoje. Deltan é alvo de um processo administrativo disciplinar (PAD) aberto pelo ministro Dias Toffoli para apurar suposta "manifestação pública indevida" em entrevista concedida à rádio CBN em agosto de 2018. No final da noite de ontem, ele relembrou a afirmação que fez com que a ação disciplinar fosse protocolada.
"À CBN, ao vivo, afirmei que um grupo de decisões do Supremo mandava uma mensagem de leniência em favor da corrupção e enfatizei que estava criticando o conteúdo de decisão e não apontando má-fé dos ministros. Segue a ressalva expressa que fiz à rádio: "Objetivamente, não estou dizendo que estão mal-intencionados. Estou dizendo que, objetivamente, mandam uma mensagem de leniência. Esses três, de novo, olham e querem mandar para a Justiça Eleitoral, como se não tivesse indicativo de crime. Isso para mim é descabido".
Logo depois, o procurador citou respeito ao CNMP, mas discordou das motivações do possível julgamento.
"Amanhã, serei julgado no Conselho Nacional do Ministério Público por essa declaração, que foi enquadrada como possível quebra de decoro. Com todo respeito ao CNMP, não vejo razão para ser censurado", opinou ele. Deltan, por fim, explicou que sua afirmação dada à rádio foi uma crítica "sem grosseria" e citou liberdade de expressão.
"Em minha defesa, afirmei que minha declaração foi uma crítica de autoridade pública sobre atos de outra autoridade pública, em matéria de interesse público, sem grosseria. O cerne da liberdade de expressão é que ela existe para proteger o direito à crítica e não aos elogios".
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